Festival Prime Rock Brasil 2019 – Pedreira Paulo Leminski

Texto e Fotos: Vinicius Grosbelli

A segunda edição curitibana do Festival Prime Rock Brasil aconteceu no último dia 07 de dezembro na Pedreira Paulo Leminski e levou mais de 15 mil pessoas numa tarde onde o rock nacional novamente mostrou sua força.

Prime Rock Brasil reuniu mais de 15 mil pessoas na Pedreira Paulo Leminski em Curitiba/PR – Foto: Vinicius Grosbelli

Assim como em 2018, o festival novamente contou com um line de peso da história do rock nacional: Wilson Sideral, Biquini Cavadão, Nenhum de Nós, Skank, Legião Urbana, Capital Inicial e Jota Quest. Diferentemente do ano passado, em 2019 os artistas desta edição proporcionaram encontros inesquecíveis para o público presente.

E o primeiro, desses momento especiais, foi quando o vocalista Thedy Corrêa, do Nenhum de Nós, cantou “Múmias” em duo com Bruno Gouveia do Biquini Cavadão. Em seguida, Dinho Ouro Preto e o guitarrista do Jota Quest, Marco Túlio, participaram da música “Tempo Perdido” com a Legião Urbana. Logo mais, Rogério Flausino cantou “Fátima” com Dinho, durante o show da banda Capital Inicial.E pra fechar com chave de ouro o evento, Dinho e Marcelo Bonfá estiveram ao lado do Jota Quest na música “Que País É Este?”.

O festival que foi originalmente planejado para ser um evento anual em Curitiba, durante o ano de 2019, alcançou voos mais altos e realizou mais duas edições. Em Belo Horizonte e em Olinda-PE. Em 2020 a lista de cidades deve aumentar, segundo o idealizador do Prime Rock, Mac Lovio Solek, proprietário da Prime Eventos.

Wilson Sideral

Wilson Sideral subiu ao palco da Pedreira para abrir os trabalhos do segundo Festival Prime Rock Brasil em Curitiba, contanto com um público ainda diminuto, porém extremamente animado.

Sideral, que é irmão de Rogério Flausino, vocalista da banda Jota Quest, apresentou cancões de seus dois trabalhos dedicados à releituras de músicas consagradas da música brasileira. Intitulado “Tropical Blues Vol. I e II” dos discos são formados por interpretações únicas e com muito blues e jazz.

No show, clássicos do Barão Vermelho, Erasmo Carlos, Tim Maia e Lulu Santos, entre outros foram um excelente ponta-pê de abertura para um dia muito especial,

Confira o setlist que Wilson Sideral preparou para o Prime Rock Brasil: Eclipse Oculto (Caetano Veloso cover) | Adivinha o Quê (Lulu Santos cover) | Bete Balanço (Barão Vermelho cover) | Nada por Mim (Marina Lima cover) | Vem Quente Que Eu Estou Fervendo (Erasmo Carlos cover) | Maior Abandonado (Barão Vermelho cover) | Ela Partiu (Tim Maia cover) |Me Adora (Pitty cover).

(Para ver a foto ampliada, basta clicar na imagem)

Fotos: Vinicius Grosbelli

Nenhum de Nós

Vindo de um dos mais prolíficos centros de surgimento de bandas de rock dos anos 80, que foi o Rio Grande do Sul, a banda Nenhum de Nós, sempre conseguiu se destacar, desde seu surgimento em 1986.

Formado por Thedy Corrêa (vocal), Veco Marques e Carlos Stein (guitarras), João Vicenti (teclados e acordeon), Sadi Homrich (bateria) e Estevão Camargo (baixo) o Nenhum de Nós deu sequência à tarde quente de Curitiba apresentando seus maiores sucessos. “Amanhã ou Depois”, “Camila, Camila” e “O Astronauta de Mármore” estiveram presentes na apresentação da banda.

Fotos: Vinicius Grosbelli

Biquini Cavadão

A terceira atração da tarde quente do Festival Prime Rock foram os cariocas do Biquini Cavadão, que pela primeira vez na sua longa trajetória de quase quarenta anos, se apresentaram no palco da Pedreira Paulo Leminski.

E essa estréia levou os cariocas a prepararem um set list que revisitava toda a trajetória da banda, que é formada por Bruno Gouveia (vocal), Carlos Coelho (guitarra), Miguel Flores da Cunha (teclado) e Álvaro “Birita” Lopes (bateria), acompanhados por Marcelo Magal (baixo) e Walmer Carvalho (saxofone, flauta e percussão).

Foi justamente no show do Biquini que houve o primeiro “encontro” do festival, quando Thedy Correa do Nenhum de Nós subiu ao palco e cantou com Bruno a música “Múmias”. No final do show, durante a música Zé Ninguém, o vocalista se rendeu a emoção e fui dar um passeio nos braços da galera.

Fotos: Vinicius Grosbelli

Skank

Se por um lado, rolou uma estréia no palco da Pedreira, por outro, também presenciamos uma despedida. Os mineiros do Skank, que recentemente anunciaram uma tour de despedida da banda, foram a quarta atração da, agora, noite de sábado.

Talvez, a ideia de que aquele seria o último show da banda na Pedreira, a emoção estava realmente mais intensa. Não apenas na banda que é formada por Samuel Rosa (vocal e guitarra), Lelo Zaneti (baixo), Henrique Portugal (teclado) e Haroldo Ferretti (bateria), mas também e nitidamente no público.

Como pede um festival, e acima de tudo, uma despedida, a banda apresentou música das várias fases musicais da banda. Foi sem dúvida um dos shows mais emocionantes do festival,

Fotos: Vinicius Grosbelli

Legião Urbana

Uma das mais relevantes bandas brasileiras de todos os tempos. Não apenas pelas suas músicas e pelas letras, mas pelo legado que seu líder e principal compositor, Renato Russo deixou. Inegavelmente suas músicas, escritas a quase 30 anos se mantém extremamente atuais. Renato faleceu em 1996.

A banda que atualmente se apresenta com os remanescentes Dado Vila-Lobos (guitarra) e Marcelo Bonfá (bateria), contam também com André Frateschi (vocal), Lucas Vasconcellos (guitarra), Mauro Berman (baixo) e Roberto Pollo (teclado).

A emoção de quem via/ouvia pela primeira vez, a Legião Urbana ao vivo era evidente. Até mesmo para quem estava ali, registrando o show, como meu caso, a emoção era intensa. Aquelas músicas traziam memórias e pequenos filmes passavam em minha cabeça.

Impossível não perceber a atemporalidade das letras ao ouvir músicas como “Que País é Esse?” “Índios”, “Perfeição”. Uma dos momentos mais emocionantes foi em “Tempo Perdido”, quando Dinho Ouro Preto, do Capital Inicial e Marco Túlio do Jota Quest subiram ao palco para mais um encontro incrível desse festival.

Fotos: Vinicius Grosbelli

Capital Inicial

Após a emocionante apresentação da Legião Urbana, quem subiu ao palco foi a também brasiliense Capital Inicial. Coincidências que não param por ai.

As bandas são contemporâneas e seus membros tocavam nas mesmas bandas antes de Legião e Capital surgirem. Fê e Flávio Lemos tocavam com Renato Russo na Aborto Elétrico. Já Dinho Ouro Preto fazia parte da banda Dado e o Reino Animal, junto com Dado Vila-Lobos e Marcelo Bonfá. Ou seja, são bandas que dividem o mesmo DNA.

Atualmente a banda é formada por Dinho Ouro Preto (vocal), Flávio Lemos (baixo), Yves Passarel (guitarra), Fê Lemos (bateria) e Fabiano Carelli (violão, guitarra e teclado). A banda também esteve presente também na primeira edição curitibana do festival.

Mais um encontro emocionante deste festival, foi quando Rogério Flausino do Jota Quest subiu ao palco para dividir os vocais com Dinho na música “Fátima”.

Fotos: Vinicius Grosbelli

Jota Quest

Assim como a banda Capital Inicial, o Jota Quest também se apresentou na primeira edição do Festival Prime Rock Brasil em Curitiba. Porém, diferente daquela noite, dessa vez a apresentação da banda mineira foi mais rock and roll.

A banda é formada por Rogério Flausino (vocal), Marco Tulio (violão), PJ (baixo), Márcio Buzelin (teclados) e Paulinho Fonseca (bateria, mas contou com a presença de Pedro Cassini (violões), e Play e Tibless (backing vocals).

O Jota Quest é a banda mais nova que se apresentou no festival e também a mais “pop”, nada que impedisse a banda de se tornar extremamente relevante no cenário nacional e garantir a presença dos mineiros nos maiores eventos do país.

Com um repertório cheio de hits, a banda levantou a Pedreira e fechou com chave de ouro o festival com a presença de Dinho Ouro Preto e Marcelo Bonfá tocando “Que País é Esse” da Legião Urbana.

Mais uma vez, num festival como o Prime Rock Brasil, vemos que o rock nacional é uma entidade ainda extremamente relevante. Que tem público cativo. Acredito que estamos diante de uma retomada da importância e da relevância no cenário nacional. Com os grandes nomes, mas também com o surgimento de muitas novas bandas, ou melhor, de várias gerações de bandas que surgiram em virtude dessas bandas que hoje se apresentaram no Prime Rock Brasil.