Perna Leiga lança clipe de “Havia um Homem” + Entrevista com Filipe Resende

A Perna Leiga é uma banda curitibana que tá na ativa desde 2012, com um CD lançado chamado “Soca Porva”.  A banda, que tem uma pegada que vai do rock ao reggae e  defendem um estilo de vida que envolvemo surf, o skate e a natureza, acabou de lançar um clipe muito maneiro. O clipe teve direção de Bruno Regalo, diretor de arte número 1 pela revista ARCHIVE, e a direção de fotografia ficou por conta de Fernando Hideki, que já trabalhou com Humberto Gessinger, Tiago Iorc, Jenni Mosello e Alok.

A formação atual é com  Leandro Virmond (bateria) , Vinicius Inocente (baixo) Levi Mynssen (guitarra) e Filipe Resende (vocal e guitarra). E foi justamente com o vocalista Filipe Resente que trocamos uma ideia sobre o clipe que lançaram recentemente.

Confere ai o que rolou nesse bate papo bacana!

Foto: Fernando Hideki

Foto: Fernando Hideki

[Tudo o que você (ou)vê] A banda está com cinco anos, um CD lançado, clipes, shows, como foram esses cinco anos?

[Filipe Resende] Ter uma banda é o sonho de qualquer adolescente e agora que somos adultos continuamos sonhando. Eu sou o único membro da primeira formação. O Levi (guitarrista) começou como produtor de Rabisco, primeiro single, e em 2013 entrou efetivamente na banda. De lá pra cá passaram amigos músicos muito bons: Daniel Perim (Machete Bomb), Diogo Mynssen, Luiz Ferreira, Alexandre Grabowski (No More Life). Teve uma época que tivemos 2 guitarristas e eu fiquei só no vocal.
O primeiro clipe que gravamos foi de “Sem Saber”. Um enorme aprendizado, passamos um perrengue que só quem tem banda independente vivencia pra conseguir gravar um material com muito amor.
O bom é que tudo é uma história a mais pra contar e melhor, uma evolução para o próximo passo.
Lançamos um disco, temos música com artista de mainstream, temos 4 clipes lançados, fizemos e fazemos muitos amigos, fizemos turnê, fizemos show com bandas fodas. Percebemos que o bom não é a realização final, e sim tudo que vivemos e nos esforçamos pra realizar. Isso só da ânimo pra aspirar cada vez mais.

[Tudo o que você (ou)vê]  Quais as principais influencias que estão presentes nas músicas do cd “Soca Porva”?

[Filipe Resende] É um disco eclético dentro do rock. Temos folk, hard rock, rap, ska, reggae e pop.

Individualmente, cada um vem de uma escola diferente. Eu sou extremamente eclético em estilo, mas o que mais gosto é o rock. Gosto muito do movimento 90’s e do grunge 80’s. Sou horrível pra nome de CD e de música, mas se for citar bandas, cito Guns n’ Roses, Led Zepepelin, Nirvana, Audioslave, Red Hot, Charlie Brown, Raimundos, Tihuana, Foo Fighters, Sublime. Levi vem do metal, solos de guitarra extremamente técnicos e virtuosos. O Preto vem do hardcore, uma grande parte dos bateras da nossa geração sempre quis ser o Travis Barker. O baixista que gravou foi o Dioguera (que não está mais na banda, mas continua muito amigo, é primo do Levi), ele é totalmente do funk americano, da pra sacar pelas linhas de groove.

Nós somos imensamente satisfeitos com o resultado desse trabalho, é muito difícil alguém escutar várias vezes um cd de cabo a rabo hoje em dia, mas tem muita gente que fala pra gente que é viciado, e que sabe cantar todas as músicas. Isso não tem preço.

Foto: Marcelo Veiga Fotografia

Foto: Marcelo Veiga Fotografia

[Tudo o que você (ou)vê]  Como a banda vê a atual cena musical independente curitibana?

[Filipe Resende]  Tem muita coisa boa em Curitiba. Vivi o hardcore dos anos 2000 e o público era muito mais presente naquela época, mas hoje em dia a qualidade das bandas é muito superior. Sou fã de várias bandas da nossa cidade e deixo muitas na playlist do meu spotify e no meu carro.

Vejo um problema: as bandas são amigas, mas falta uma “união executiva” pra colocar pra rodar fortemente o som autoral. Existem alguns movimentos, mas não acredito que seja o máximo que podemos fazer por nós mesmos e eu não culpo ninguém em específico por isso. Só acho que podia estar acontecendo com muito mais pressão.

[Tudo o que você (ou)vê]  Vocês gravaram e fizeram alguns shows com o Egypcio do Tihuana, como foi a experiencia?

[Filipe Resende] Do nada um cara (Thyago Manoel) me adiciona no facebook e pergunta diretamente “Conhece o Egypcio? Querem fazer uma turnê com ele?”.
Sou fã do cara, cresci ouvindo Tihuana. Parecia migué no começo, mas aceitamos. Nessa época eu já tinha voltado pra guitarra base. 3 dias antes da turnê começar fui jogar bola, dei um voleio e quebrei meu braço hahahaha. Tava tudo ensaiado. No final, chamamos um amigo pra me cobrir na guita e deu boa. A gente já havia feito uns shows fora, mas foi outro nível. Pra quem tem banda independente é difícil acreditar, mas a nossa preocupação nessa turnê foi apenas tocar. Check in em hotel, alimentação, entrevista em rádio, tudo muito organizado. Shows lotados. Foi irado demais!

Ficamos amigo do Egypcio. Um dia eu e Levi estávamos compondo e pensamos na hora que a música ia ficar massa com participação e a voz dele. Mandei um whats e ele topou na hora. O problema era como e onde gravar. Falei com o Thyago que agilizou mais uns shows e gravamos desta forma

Enfim, como eu já disse: O resultado é muito massa, mas o tesão mesmo é como chegamos no resultado.

[Tudo o que você (ou)vê]  A música “Havia um homem” tem uma pegada mais roqueira, o rock é a principal vertente que a banda explora?

[Filipe Resende]  A gente não vai pra um lado só do rock, mas nossa base é rock. As músicas que estamos compondo e produzindo estão na mesma pegada do Soca Porva, cada uma tem sua cara. Não pensamos isso por algum motivo em específico, só fazemos o que está na cabeça.

[Tudo o que você (ou)vê]  A letra da música “Havia um homem” é muito pessoal, é inspirada em alguém?

[Filipe Resende]  Luiz chegou pra mim com o esqueleto da música e terminamos ela juntos em uma longa madrugada. Eu gosto muito da letra, ela é intimista, conta uma história e uma realidade. Eu acho muito louco cada pessoa ter uma história de vida diferente. Ninguém é igual. Isso é fantástico. Porém somos muito influenciáveis.
Somos cercados de vícios, acredito que o maior problema é quem acredita que aguenta uma dose a mais, seja do que for. No caso, a gente aborda o alcoolismo, mas vale pra tudo. Tudo tem uma consequência. A letra é pra refletir mesmo.

(Não sei se eu esclareci ou confundi mais)

Era minha cara no espelho, era minha alma virada do avesso
Sem saber o que fazer, sem nada a perder

[Tudo o que você (ou)vê]  O clipe tem uma equipe de respeito, como foi o todo o processo de produção?

[Filipe Resende]  Sempre quis fazer um clipe com o Fernando Hideki. O japonês é zica. Conheci o Regalo como cliente da Canja (produtora de áudio que sou sócio), e hoje somos grandes amigos. Quando dei o CD pro Regalo, ele já me mandou mensagem que estava viciado na “Havia um Homem” e que já tinha na cabeça e queria dirigir um clipe pra ela. Juntamos uns cachês, dois caras fodas e deu no que deu. Teve mais gente essencial no processo: Patrick Neves, China, Bruno Malha, JP Feltran, Guilherme Pressanto, Anne Glober, Alan Stresser e toda a equipe da Canja.

Foram duas diárias, total de 5 locações, 24hrs de logística e gravação, mais de 300Km rodados. Mais ou menos um mês de edição até chegar no resultado que esperávamos.

[Tudo o que você (ou)vê]  Quais os planos para o futuro da banda?

[Filipe Resende]  Música é minha vida. O plano é continuar tendo idéias para vivenciar momentos únicos e chegar em um resultado. Aí quando chegarmos no resultado, sentir orgulho do que fizemos pra acontecer. “Nós não temos uma meta, mas quando ela for atingida, a gente dobra”. Brincadeiras a parte, estamos compondo, produzindo músicas novas e investindo no nosso show autoral (inclusive queremos seu registro neles quando possível).

Obrigado pelas perguntas, gostei muito de responder e me fez muito bem. Gosto muito do seu trabalho.  Grande abraço


Agora, com vocês o belo clipe de “Havia um Homem”:

Ficha técnica:
Direção: Bruno Regalo
Diretor de Fotografia: Fernando Hideki
Direção Executiva: Perna Leiga e Fernando Hideki
Produção: JP Feltran
Edição: Bruno Alques Siqueira, Patrick Neves, Thiago Matsunaga
Color: Patrick Neves, Bruno Regalo, Thiago Matsunaga
Figurino: Anne Glober
Site: Alan Stresser
Social Media: Anna Coelho, Amanda Penteado
Making Of: Guilherme Pressanto
Composição: Luiz Ferreira, Filipe Resende
Produção Musical: Perna Leiga
Mixagem e Masterização: Levi Mynssen

Foto: Fernando Hideki

Foto: Fernando Hideki

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