Hoje a noite, no Teatro Paiol iremos acompanhar o primeiro show da banda carioca Baleia no Sul do Brasil. A banda que em 2012 foi indicada ao Prêmio Multishow na categoria Experimente vem à Curitiba para lançar seu álbum “Quebra Azul”, muito elogiado pela crítica especializada.
“Cada vez mais se destaca como uma das
bandas mais interessantes do Brasil.” (O Globo)
A banda é formada por Cairê Rego (baixo), David Rosenblit (piano e teclado), Felipe Ventura (guitarra e violino), Gabriel Vaz (voz). João Pessanha (bateria) e Sofia Vaz (voz).
Confira abaixo a entrevista que Gabriel Vaz nos concedeu por email.
[Tudo o que você (ou)vê] Você poderia contar como foi o inicio da banda?
[Gabriel Vaz] Juntamos amigos próximos para criar versões de canções clássicas do jazz e aos poucos fomos ampliando a sonoridade e absorvendo as influências individuais de cada um. A verdade é que não tínhamos grandes pretensões até o momento que descobrimos que nós éramos o grupo de pessoas ideal para perseguir nossas verdadeiras aspirações musicais. Daí, começamos a compor o que veio a se tornar o disco.
[Tudo o que você (ou)vê] Como funciona o processo criativo?
[GV] É um trabalho em conjunto e muitas vezes é bem caótico. Mas no bom sentido! É um casamento doido que exige muita paciência e calma. Estamos sempre tentando tirar o melhor uns dos outros e buscar o que nos é mais verdadeiro. Reconhecer e deixar de lado a preguiça e os vícios individuais é trabalho duro e constante! Muitas vezes, tem esse momento enlouquecedor em que tudo já foi tão questionado e experimentado que parece que não sobrou nada. Mas, depois de um tempo, isso cria um terreno fértil e tá todo mundo feliz e instigado! E é como se a música renascesse de um lugar mais genuíno. Juntos, vamos buscando um universo pra ela. Além disso, a canção pode influir nos arranjos tanto quanto os arranjos podem influir na canção. Adoramos perceber que o resultado é maior que cada um de nós e que só pôde ser alcançado trabalhando verdadeiramente em conjunto.
[Tudo o que você (ou)vê] Fale um pouco sobre as referências de vocês.
[GV] São bem plurais e cada um de nós tem influências diferentes. Mas todos temos gostos bem abrangentes e temos poucos preconceitos. Aqui, estou respondendo por todos, mas posso dizer que as referências que carregamos como um grupo estão mais atreladas ao modo como determinados artistas encaram a música do que com suas obras em si. Gostamos de artistas que sabem se apropriar de toda essa variedade de culturas e veias artísticas, sem perder sua identidade. Da mesma forma, gostamos desses artistas que não tem medo de correr riscos mas que também sabem ser simples e diretos.
[Tudo o que você (ou)vê] Qual é a essência do albúm “Quebra Azul”?
[GV] Uau, que pergunta poética! O melhor jeito é te devolver com uma resposta poética. Acho que a essência do álbum é a busca da própria essência. Uuuuuuh…
[Tudo o que você (ou)vê] Qual foi a repercussão de estar num prêmio como o Prêmio Multishow de 2012,na categoria Experimente?
[GV] Foi muito legal, a gente tinha pouquíssimo tempo de banda e já estávamos indicados à um prêmio! Sobre a repercussão, é difícil ter uma noção real. A gente estava gravando o disco nessa época, sem fazer shows fazia um tempo e só voltaríamos a dar as caras um ano depois, com um disco que apresentava um som bem diferente daquele que as pessoas estavam acostumadas a ouvir da banda. Mas acho que foi importante pra colocar nosso nome no mural da cena musical.
[Tudo o que você (ou)vê] É a primeira vez que tocam no Sul, qual é a expectativa para o show?
[GV] Queremos tocar em Curitiba desde sempre! Inclusive, lembro do nosso produtor mostrando fotos do Paiol pra nós e a gente pensando “Que lugar lindo. Quando formos pra Curitiba temos que tocar aí!”. Estamos animadíssimos com esse show. A gente já viu na internet que tem uma galera ansiosa por ele e isso reverbera na gente. Acho que vai ser uma bela noite.
[Tudo o que você (ou)vê] O que podemos esperar do show de hoje?
[GV] Além de tocar o disco inteiro e a nossa releitura de “Noite de Temporal” do Dorival Caymmi, teremos duas novidades: uma versão de uma música do Grizzly Bear, uma banda que é influência para muitos de nós, e uma versão de uma canção do Rodrigo Amarante.
[Tudo o que você (ou)vê] E depois deste show, quais os planos?
[GV] Queremos tocar Brasil afora, cada vez mais. Fora isso, devemos lançar umas novidades ainda esse ano. E claro, já estamos pensando no disco novo.
Serviço:
Baleia
Abertura: Simonami
Teatro do Paiol – Praça Guido Viaro, s/n
Informações: 3213-1340
R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia)29