Emicida lança clipe emocionante do single “AmarElo”, com Majur e Pabllo Vittar

Single, que dará nome ao novo trabalho de rapper, contem também trechos da canção “Sujeito de Sorte” do ícone Belchior

Emicida – Festival Coolritiba 2018
Foto: Vinicius Grosbelli

O rapper Emicida lançou na tarde desta terça-feira (25) o clipe de AmarElo, que conta com participação de Pabllo Vittar e a baiana Majur. A faixa, que também será título do próximo projeto de estúdio do cantor, é o segundo single da obra, intitulada pelo próprio rapper de “experimento social”. No último dia 9 de maio, ele já tinha lançado “Eminencia Parda“, primeira música de trabalho deste projeto.

O clipe começa com uma narração comovente, e cheia de emoção de uma pessoa próxima ao rapper que, em meio a depressão, tentou cometer suicídio, mas que sobreviveu e hoje está bem. Logo após o relato, o clipe segue com um sample da música “Sujeito de Sorte” do ícone da música popular brasileira Belchior falecido em abril de 2017.

O verso “ano passado eu morri, mas esse ano eu não morro”, do clássico, propõe uma reflexão sobre as mortes de negros e membros da comunidade LGBTQ+ no Brasil. Segundo dados do relatório do Mapa da Violência de 2014, a cada 23 minutos um jovem negro morre no país. Enquanto que, a cada 20 horas um LGBTQ+ tem morte violenta, sendo mais de 72% dos casos de assassinatos e 24% de suicídios (este levantamento foi feito pelo GGB – Grupo Gay da Bahia, mais antiga associação de defesa dos direitos da população LGBTQ+ no país).

No primeiro passo desse processo, a nossa intenção era que as pessoas se sentissem grandes ao olharem no espelho. Agora, a ideia é que elas observem ao redor e se enxerguem maiores do que os seus problemas, independente de quais sejam

Emicida


Gravado no Complexo do Alemão, na cidade do Rio de Janeiro a música que conta com a participações de Majur e Pabllo Vittar, sela a intenção do rapper de trazer lutas diversas para a sua poesia. Em AmarElo, os três misturam os versos de ‘Sujeito de Sorte” (1976) música de Belchior, com o poema “Permita Que Eu Fale” (2019) do próprio rapper. “As duas trazem, em suas vivências e em suas obras, histórias bonitas a respeito de acreditar em si e de lutar contra o mundo para ser quem são”, explica Emicida sobre as participações.

A música é cheia de mensagens importantes, atuais e que retratam a diversidade, a luta e a força que vivemos todos os dias. O valor social que ‘AmarElo carrega é enorme e vai promover reflexões que precisam, cada vez mais, ser levantadas.

Pabllo Vittar

Foto: Fernando Schlaepfer

É muita representatividade em um momento que precisamos ter voz. AmarElo traz na sua poesia o retrato de um Brasil de multiplicidade e que ressignifica a sobrevivência de um povo que me identifico muito. Canta a busca por nosso lugar social.

Majur



Veja mais sobre Emicida
Show Emicida – Ópera de Arame
Rap É Poesia Festival – Usina 5
Festival João Rock 2017 – Ribeirão Preto-Sp
Festival Alternativo 2017 – Parque Ney Braga – Londrina-Pr


Letra:

Presentemente eu posso me considerar um sujeito de sorte
Porque apesar de muito moço me sinto são e salvo e forte
E tenho comigo pensado, Deus é brasileiro e anda do meu lado
E assim já não posso sofrer no ano passado
Tenho sangrado demais, tenho chorado pra cachorro
Ano passado eu morri mas esse ano eu não morro
Tenho sangrado demais, tenho chorado pra cachorro
Ano passado eu morri mas esse ano eu não morro
Ano passado eu morri mas esse ano eu não morro
Ano passado eu morri mas esse ano eu não morro

Eu sonho mais alto que drones
Combustível do meu tipo? A fome
Pra arregaçar como um ciclone (entendeu?)
Pra que amanhã não seja só um ontem
Com um novo nome
O abutre ronda, ansioso pela queda (sem sorte)
Findo mágoa, mano, sou mais que essa merda (bem mais)
Corpo, mente, alma, um, tipo Ayurveda
Estilo água, eu corro no meio das pedra
Na trama, tudo os drama turvo, eu sou um dramaturgo
Conclama a se afastar da lama, enquanto inflama o mundo
Sem melodrama, busco grana, isso é hosana em curso
Capulanas, catanas, buscar nirvana é o recurso
É um mundo cão pra nóiz, perder não é opção, certo?
De onde o vento faz a curva, brota o papo reto
Num deixo quieto, num tem como deixar quieto
A meta é deixar sem chão, quem riu de nóiz sem teto

Tenho sangrado demais, tenho chorado pra cachorro
Ano passado eu morri mas esse ano eu não morro
Tenho sangrado demais, tenho chorado pra cachorro
Ano passado eu morri mas esse ano eu não morro
Ano passado eu morri mas esse ano eu não morro

Figurinha premiada, brilho no escuro, desde a quebrada avulso
De gorro, alto do morro e os camarada tudo
De peça no forro e os piores impulsos
Só eu e Deus sabe o que é não ter nada, ser expulso
Ponho linhas no mundo, mas já quis pôr no pulso
Sem o torro, nossa vida não vale a de um cachorro, triste
Hoje cedo não era um hit, era um pedido de socorro
Mano, rancor é igual tumor envenena raiz
Onde a platéia só deseja ser feliz (ser feliz)
Com uma presença aérea
Onde a última tendência é depressão com aparência de férias
Vovó diz, Odiar o diabo é mó boi, difícil é viver no inferno
E vem a tona
Que o mesmo império canalha, que não te leva a sério
Interfere pra te levar a lona
Revide

Tenho sangrado demais, tenho chorado pra cachorro
Ano passado eu morri mas esse ano eu não morro
Tenho sangrado demais, tenho chorado pra cachorro
Ano passado eu morri mas esse ano eu não morro
Ano passado eu morri mas esse ano eu não morro

Permita que eu fale, não as minhas cicatrizes
Elas são coadjuvantes, não, melhor, figurantes, que nem devia tá aqui
Permita que eu fale, não as minhas cicatrizes
Tanta dor rouba nossa voz, sabe o que resta de nóiz?
Alvos passeando por aí
Permita que eu fale, não as minhas cicatrizes
Se isso é sobre vivência, me resumir a sobrevivência
É roubar o pouco de bom que vivi
Por fim, permita que eu fale, não as minhas cicatrizes
Achar que essas mazelas me definem, é o pior dos crimes
É dar o troféu pro nosso algoz e fazer nóiz sumir

Tenho sangrado demais, tenho chorado pra cachorro
Ano passado eu morri mas esse ano eu não morro
Tenho sangrado demais, tenho chorado pra cachorro
Ano passado eu morri mas esse ano eu não morro

Tenho sangrado demais, tenho chorado pra cachorro
Ano passado eu morri mas esse ano eu não morro
Tenho sangrado demais, tenho chorado pra cachorro
Ano passado eu morri mas esse ano eu não morro

Ano passado eu morri mas esse ano eu não morro


Ficha Técnica

Música:
Voz: Emicida, Majur (Artista gentilmente cedida por UNS Produções) e Pabllo Vittar (Artista gentilmente cedida por Mataderos LTDA)
Letra: Emicida
Música: Felipe Vassão e Dj Duh
Sample: “Sujeito de Sorte” de Belchior (Fonograma gentilmente cedido por Universal Music International e autoral gentilmente cedido por Fortaleza Editora Musical/Corisco)
Gravadora: Laboratório Fantasma
Direção Geral: Evandro Fióti
Produção executiva: Raissa Fumagalli
Assistente de produção executiva: Lohana Schalken
Mixagem: Maurício Cersosimo
Masterização: Maurício Gargel
Preparação vocal Emicida: Thiago Jamelão

Clipe:
Roteiro: Emicida
Direção: Sandiego Fernandes
Assistente de direção: Jeff Libluc
Direção executiva: Evandro Fióti
Coordenação executiva: Raissa Fumagalli
Produção executiva: Lohana Schalken e Vanildo Ricardo
Direção de fotografia: Sandiego Fernandes
Imagens: Sandiego Fernandes e Brenald Carvalho
1º assistente de câmera: Brenald Carvalho
Locadora de audiovisual: Naymar
Diretor de arte: Jeff Libluc
Edição: Sandiego Fernandes
Finalização: Ivo Querido e Deymon
Color branding: Sandiego Fernandes
Gaffer: Gabriel Escava
Produção executiva BlakkStar: Dalton Silva
Chefe de produção: Jackson Lima
Coordenador de produção: Yuri Lages
Assistentes de produção: Jefferson Santos (Parazin), Lu Bonfim, Matheus Ribeiro, Tiago Rodrigo e Tuany Nascimento
Produção de elenco: Jeff Libluc
Produção Local (Complexo do Alemão): Renata Trajano
Produtor de A&B: Helcimar Lopes
Catering: Toca do Lobo Produções
Maquiagem Emicida e Majur: Beatriz Nonato
Styling Emicida: Emicida
Styling Majur: Bruno Pimentel
Majur veste Victor Hugo Mattos
Styling Pabllo Vittar: João França
Beleza Pabllo Vittar: Pedro Moreira
Camareira: Ana Paula Tomaz
Elenco: Emanuelle Araujo, Faiska Alves, Fumassa Alves, Jalmyr Vieira, Lu Cuelho, Maria Farias, Mary Manoel, Paloma Soares, Ronald Sheik, Sativa’mente, Tuany Nascimento e Vanderson Alves da Silva
Chefe de segurança (Complexo do Alemão): Iranildo dos Santos
Seguranças: Cristiano Mello, Daniel Correa, Denilson Silva, Derick Morais, Douglas Silva, Helenilton Lopes, Marlon Monteiro, Marcio Monteiro, Rodrigo Pereira e William Firmino
Vans artístico: JL Viana Locadoa
Motorista técnica: Pardal
Motoboy do set: Tiago Silva
Apoio: Voz da Comunidade, Casa da Voz, Renê Silva, Roberta Rodrigues, Tiago Bastos, Gustavo Lima e Flavia Costa


Comente!

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.