Fotos: Vincius Grosbelli
A cantora Céu se apresentou recentemente em Curitiba, na Ópera de Arame no lançamento de seu mais novo trabalho, “Tropix”.
Céu brinca com beats. Debruçada sobre a luz do monitor, ela move o cursor de lá para cá, clicando e arrastando frases musicais traduzidas em gráficos horizontais. E por mais fluidos e quentes que sejam os sons que ela manipula, eles se traduzem em uma linguagem dura, reta, quadrada e fria. Graves encorpados, vocais sussurrados, ritmos malemolentes – todo calor humano desaparece quando visualizado por gráficos de programas de edição de áudio.
Foi quando ela percebeu a constância do ritmo na sequência de picos de uma determinada onda sonora e um clique soou – dentro dela. Tropix é um mergulho neste universo de texturas artificiais que atravessa diferentes experimentos sônicos da segunda metade do século passado: o trip hop dos anos 90, a discoteca do final dos anos 70, o R&B dos anos 80, o casamento do hip hop com a música eletrônica. No entanto, não é uma viagem no tempo.
O novo disco de Céu é um olhar do século 21 e traça uma genealogia pessoal de um mundo musical específico.
Fotos: Vincius Grosbelli
Pingback: Goat Festival – Ópera de Arame – Tudo o que você ou(vê)